Carta aberta para Igor Reis

14 de Setembro de 2024

IGOR PINHO DOS REIS,

Meu grande amigo, nem sei como começar essa carta, pois, sinto que por mais que eu tente materializar os meus sentimentos por meio da escrita, eu sei que não há palavras que possam transcrever o que venho sentido desde o resultado da tua aprovação no mestrado até os últimos acontecimentos em nossas vidas.

Te escrevo porque não consegui estar presente pra organizar uma festa de “despedida de até logo” com a Banda Caferana como tinha prometido, (mas tudo bem também já que a Ana Gabi saiu da banda), por conta da burocracia de uma vida adulta, ou talvez essa tenha sido a maneira que o meu roteirista encontrou para que eu não fosse de Kristal na tua frente (figurinha dela falando “que ódio).

Honestamente vinha adiando a tua ida pro Rio de Janeiro há muito tempo, e me perguntando até quando ia conseguir fugir disso, mas parece que chegou o dia, e a principal tá levando o caralho. É um misto de emoções que eu nem consigo dimensionar o tamanho da minha felicidade por saber que tu estás indo em busca de algo que inconscientemente vinha se preparando nos últimos anos desde a saída da graduação. É na felicidade que reside o meu conforto por saber que aquele sonho que começamos a sonhar baixinho e quietinhos, vem se tornando um sonho gigante abraçado por todos aqueles que te amam e que querem te ver alçando os voos mais lindos, ainda que eles signifiquem partidas, mas que em um futuro bem próximo se tornará encontros e reencontros.

Acredito que não há dúvidas do quanto sinto orgulho de ti e da pessoa que tens se tornado, mas se restar, se por acaso em algum momento te faltar forças para reconhecer o quanto tu és grandioso, te peço que volte nessa carta e sinta o quanto és amado por mim e o quanto a tua amizade é significativa, e que nunca, jamais esqueça de que a tua existência é necessária.

E por falar em necessidade, me despeço de ti com um pensamento que carrego comigo: “Existe uma diferença muito grande entre a ‘saudade’ e o ‘sentir falta’. A saudade está relacionada a um sentimento de liberdade, e o sentir falta à uma espécie de escravidão consentida”. Diante disso, quero que saiba que EU VOU SENTIR A TUA FALTA, porque sinto necessidade de ti. Mas quero que saiba que daqui, vou aprender a conviver com o teu distanciamento geográfico e continuar sonhando os nossos sonhos, procurando viver da maneira mais leve possível, porque é algo que tenho aprendido constantemente contigo.

Desejo que o teu encontro contigo mesmo no RJ seja um processo de acolhimento e que te percebas com todo o cuidado preciso para se manter bem, ainda mais por estar distante dos teus.

Desejo que o curso de mestrado seja leve e tranquilo como deveria ser, mas que quando sentir o peso e a pressão de estar em uma pós graduação e isso vier tirar a tua paz, peço que aproveite o recurso da UFF para cuidar da saúde mental e que coloque isso como uma das tuas prioridades. No mais, eu só te agradeço. Obrigada por tanto e exatamente por tudo, por todos os momentos partilhados, por todos os vinhos tomados, por cada loucura, por tudo… tudo mesmo! Te amo, meu amor! E até logo, porque eu vou rente!

Ana Carolina Nogueira
Enviado por Ana Carolina Nogueira em 15/09/2024
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