Ao longe...
Eu to cansado, cansado de querer e não conseguir. Esse poema de um não poeta, que é meio grosseiro e de um romantismo meio tenso, veio dizer que... ah, esquece! Vou te contar a minha noite.
Ontem eu fui ao cinema, claro, sozinho, porque você, de novo, devia estar em outros amores, em outros braços, talvez outros lábios. Mas tudo bem, quem perdeu fui eu. E, ah, voltando ao filme, claro, era Tim Burton, com suas comédias bizarras, com aquele toque macabro, igualzinho a você, tão linda quanto o sol e tão escura quanto o inferno. Ah, mas o inferno de Dante? Não, aquele inferno da minha mente, que em cada cena enxerga você, que a cada monstro enxerga você.
Chega a ser cômico que o sobrenatural me lembra tanto nós dois. Em meio a tantas coisas coloridas e em um mundo tão meigo, somos tão entristecidos e machucados. E, mesmo sabendo que somos a cura um do outro, teimamos em ficarmos longe. Bom, enfim, fracassei de novo. O que era pra ser poema se tornou carta, mas tá tudo bem, você já se acostumou com meus fracassos.