Carta aberta

Sidney, sei que você não foi a melhor pessoa do mundo para mim, assim com eu também não fui para você. Nos conhecemos numa época em que éramos muito jovens e não tínhamos maturidade suficiente para continuarmos juntos, apesar do amor que existia entre nós, não reconhecemos o quanto éramos importantes um para o outro. Eu tinha 18 anos e você 17, mas acredito ter sido um amor quase que instantâneo. Tínhamos muitos sonhos ainda pela frente, sonhos esses que tentamos realizar juntos, mas infelizmente não se concretizou. Mas, mesmo assim, vivemos durante 3 anos juntos, e acabamos nos separando por uma mentira sua, que eu não fui capaz de perdoar, me faltou maturidade também. E depois disso, entre idas e vindas, cada um trilhou seu caminho. Você se casou, teve seus filhos, mas nem isso nos deixou distantes um do outro. Você sempre ia a minha casa para contar as novidades:

- Nascimento de sua primeira filha;

- Nascimento de seu segundo filho e etc.

Eu sabia de todas as novidades direto de você, e por incrível que pareça eu ficava feliz.

Mas quando eu analiso, hoje em dia, sinto que nunca nos separamos de verdade, nos distanciamos mas o nosso amor continuava vivo e latente. Porque o nosso amor foi encontro de almas, daquelas que se reconhecem no mesmo instante em que se tocam, e mesmo que os corpos não fiquem juntos, esse amor não perecerá e voltaremos a nos encontrar em uma nova era, pois sei que esse amor vai atravessar gerações e gerações e vai nos unir novamente. Ele é etéreo e transcendente. Hoje penso que deveria ter largado tudo e todos quando você me pediu para não ir embora novamente, mas eu fui, de novo. Descansa em paz meu amor que logo estarei com você. Eu te amo!