05 de setembro de 2024

Querido Acias,

Não sei qual a melhor forma de expressar em gestos a dor que arde em meu coração. Não há um dia em que eu não pense em você, em nós. Passou-se o tempo do desamor, da agonia, da tristeza; hoje, resta apenas a dor da espera. Há um rio entre nós, um divisor de águas gritante entre ir com você, nas aventuras que me propõe, ou ficar novamente em minha cama. Afinal, amor, eu o amo com todo meu coração. Entretanto, não há como negar que sair da vida boa da casa de minha mãe para uma vida incerta com você é uma escolha desafiadora, na qual temo todos os dias optar por ficar aqui, nesta cama.

Temo trair a mim mesma, novamente, assim como a você, e te abandonar quando precisar de mim. Temo não ser suficiente e que você se canse de mim. Te amar demais, ao mesmo tempo que me ilumina, me despedaça. Estar nua, de corpo e alma, dá medo. Ser frágil dá medo. Sou assim quando estou com você, e eu odeio isso.

Mas, mesmo com toda a minha confusão mental, junto com as controvérsias irritantes que tenho que lidar, quando olho nos seus olhos, meu amor, eu me sinto em paz como nunca. Me sinto anestesiada pelo seu sagrado.

Obrigada.