Carta a um desconhecido

Oi, tudo bem aí do outro lado?

Não quero que pense que vim escrever um pedido de desculpas. Não! Pelo contrário. Também não é uma daquelas cartas que escrevemos quando estamos com saudade e com o coração apertado de tanta vontade de encontrar quem nos faz falta. Mas gostaria de te falar, meu caro desconhecido, ou desconhecida, né? O objetivo é simples: te agradecer. Te dizer que ainda lembro de ti.

Agradecer por me fazer sorrir. O sorriso é uma forma tão singela de demonstração de felicidade. É a curva mais bonita que alguém pode ter. Nunca te falei, mas você nem imagina o quanto eu amava o teu sorriso, aquele que sorri também com os olhinhos. Claro que sabe! Fiz questão de dizer algumas vezes; outras, eu só admirava de longe.

Fui feliz quando nos falamos pela primeira vez. Fui feliz quando descobri em você um oceano de bons sentimentos e pura poesia.

Havia formosura no teu sorriso, delicadeza nas mãos, uma voz macia e suave ao falar. Mas, como toda flor, você também tinha seus espinhos — espinhos que podem ferir, não propositalmente, mas como forma de se proteger de um mundo cercado de pessoas cruéis.

Fui feliz até nos desentendimentos. Fui feliz quando me encorajou a sonhar alto, quando me fez refletir sobre mim, quando compartilhou uma parte de si comigo — pequenos fragmentos que fazem parte de quem você é nesta vida. Gostaria de agradecer por me arrancar boas gargalhadas até altas horas da noite. Vivi, meio fantasiosamente, ora no real, ora no mundo idealizado que criei. Criamos, não é? É mais fácil lidar com nossas lutas internas assim.

Também quero agradecer pela viagem no tempo que fizemos. Juntos conhecemos, descobrimos; você me mostrou, eu te mostrei. Viajamos juntos, pensávamos juntos. Juntos. Isso tudo me trouxe boas memórias e aprendizado. E me ensinou a seguir em frente.

Obrigada por tudo.

Luzlunar
Enviado por Luzlunar em 30/08/2024
Código do texto: T8140783
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