Carta à Maria III

Querida Maria

Entendo essa sensação de caminhar em direção a algo que parece se afastar a cada passo. É como se o horizonte, ao invés de se aproximar, se distanciasse, deixando uma sensação de que, por mais que se avance, o objetivo nunca se alcança plenamente. Quando o coração está cheio de emoções e sentimentos intensos, mas as palavras parecem escapar, isso pode criar uma frustração profunda.

Essa distância que você sente pode ser uma manifestação do quanto você se importa, do quanto esse caminho, essa rota, é importante para você. Às vezes, quando algo é tão significativo, é como se a realização plena desse desejo se tornasse quase inatingível, porque queremos que seja perfeito, queremos que tudo faça sentido.

Mas lembre-se de que a jornada é tão importante quanto o destino. Cada passo, mesmo que pareça pequeno ou insuficiente, é um avanço. Cada palavra que você tenta encontrar, mesmo que não saia como esperado, é uma expressão do que há de mais verdadeiro em você. O horizonte pode parecer distante, mas ele também é um convite para continuar, para persistir, porque o caminho que você está trilhando é o que dá sentido à sua vida.

O coração derramado nas palavras que não se encontram é um reflexo da profundidade do que você sente. E essa profundidade, essa emoção, é o que faz a sua jornada ser única e especial. Mesmo quando as palavras não vêm, o que você sente é válido, real, e parte da sua verdade. Continue avançando, mesmo que o horizonte pareça longe. Ele está lá, e o caminho até ele é onde reside a essência da sua jornada.

Com carinho.

Aurora.