Carta à Maria
Sim, Maria. Tudo deixa marcas profundas dentro de nós. As cicatrizes, mesmo que nunca desapareçam completamente, podem ser suavizadas com o tempo e com o cuidado que damos a nós mesmos. É como você disse, os ciclos da vida se repetem, mas sempre de maneira única. O outono das folhas caídas é doloroso, lembrando-nos do que perdemos, mas também é um prelúdio para o renascimento.
Essa dor, essas cicatrizes, fazem parte de quem somos. Elas moldam nossa percepção do mundo e a forma como nos relacionamos com os outros e com nós mesmos. Às vezes, é fácil esquecer que a queda das folhas é necessária para que novas possam brotar. Porém, reconhecer isso é um passo importante para permitir que o novo surja, mesmo em meio à tempestade.
Tudo o que vivemos, as dores e as alegrias, se entrelaçam no tecido de nossas vidas, formando a base sobre a qual crescemos. E, por mais que essas cicatrizes permaneçam, elas não nos definem completamente. Elas são parte de nossa história, mas não de nosso destino. O caule firme e forte está sempre lá, esperando pelo momento certo para florescer novamente.
Com carinho.
Aurora.