LA PETITE MORT
O tom não é cinza,
é de um castanho claro, quase loiro no sol...
as sardas nos ombros parecem desenhadas para triunfar sobre minhas instâncias morais,
a boca esculpida para capturar a minha subjetividade.
Eu te observei,
às vezes de perto e, às vezes, de longe,
quase como se você fosse um filme de Lynch, dominado por abstrações e tão lascivo.
Me despi para que a voz que atravessava todos os poros do meu corpo, furtasse violentamente a minha habilidade com as palavras.
Tenho medo dessa descontinuidade
levando o que restou da minha resistência...
Mas, não sou nenhuma iniciante,
estou sempre me movendo entre as posições de abandono e retorno de uma melancólica contumaz…
enviada à existência por mero descuido.
Enquanto isso, você é minuciosamente entalhado na minha memória,
eu caio em pedaços, diluída na loucura.
Esse é o meu destino:
quebrar nos braços de um Deus sem nome,
que tece uma fantasia decadente sobre o meu ateísmo,
um Pseudo invocador de pretéritos imperfeitos