LA PETITE MORT

O tom não é cinza,

é de um castanho claro, quase loiro no sol...

as sardas nos ombros parecem desenhadas para triunfar sobre minhas instâncias morais,

a boca esculpida para capturar a minha subjetividade.

Eu te observei,

às vezes de perto e, às vezes, de longe,

quase como se você fosse um filme de Lynch, dominado por abstrações e tão lascivo.

Me despi para que a voz que atravessava todos os poros do meu corpo, furtasse violentamente a minha habilidade com as palavras.

Tenho medo dessa descontinuidade

levando o que restou da minha resistência...

Mas, não sou nenhuma iniciante,

estou sempre me movendo entre as posições de abandono e retorno de uma melancólica contumaz…

enviada à existência por mero descuido.

Enquanto isso, você é minuciosamente entalhado na minha memória,

eu caio em pedaços, diluída na loucura.

Esse é o meu destino:

quebrar nos braços de um Deus sem nome,

que tece uma fantasia decadente sobre o meu ateísmo,

um Pseudo invocador de pretéritos imperfeitos

Solivagant
Enviado por Solivagant em 13/07/2024
Código do texto: T8106109
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