Salvo como rascunho
A verdade é que amar você nunca foi fácil, nunca foi simples, ainda assim eu o fiz e o fiz por inteiro, dando cem por cento de mim. Atualmente te ouço dizer que queria que eu tivesse reclamado mais, gritado mais, brigado mais, mas pra quê? Para terminarmos com os dois completamente machucados, consumidos por um ódio mútuo e sem qualquer recordação que pudesse valer a pena o título honroso de memória? É, esse sou eu, alguém que tem o seu próprio jeito de se preocupar e zelar por quem ama e pela relação que tem com essas pessoas. Mesmo com todos os meus defeitos, eu tentei te ofertar o meu melhor, ser o meu melhor e eu fracassei. Fracassei também por ter errado, eu admito, no entanto fracassei ainda mais porque em todas vezes em que você falhou comigo, eu engoli meu orgulho para acreditar em você e te perdoar; calei a minha dor para que a nossa história pudesse continuar e, em contrapartida, por mim o mesmo você sequer se dispôs a realmente tentar. Não diminuo o que por mim foi feito, não tiro o peso de nenhum dos meus atos, contudo não esperava que, para quem jurava um amor sem fim, tal sentimento de nada valeria; seria totalmente sem serventia. E agora você fala que não visualiza mais um futuro onde estamos juntos, uma pena que até pouco tempo atrás ainda traçavamos planos futuros. Planos esses que jamais serão realizados, concretizados, materializados, e não por uma falta de interesse da minha parte; confesso que isso é algo que, em todas noites, ao meio me parte. E hoje se completam duas semanas, você parece ter seguido adiante, se envolvendo com suas possíveis ficadas, enquanto eu fico tolamente esperando por uma mensagem sua que nunca virá. Numa ansiedade, quase que infantil, continuo todos os dias a olhar tua página nas redes sociais e a ansiar pelo momento em que você novamente me adicionará. Sim, eu tentei dar uma relaxada, mas desde que soube que você foi atrás de minha mãe para obter notícias minhas, isso após termos brigado e você ter me dito coisas horríveis, que algo se instalou em minha cabeça. Não é uma certeza, é uma provável esperança, definitivamente um grande desejo, e uma dúvida; falando em dúvidas, eu ainda tenho tantas e não posso te questionar coisa alguma porque você fez emergir entre nós essa distância. Acho que, mesmo sem ela, não iria poder te perguntar, afinal, de que adianta discutir uma relação que já encontrou o seu ponto final? E talvez agora eu seja só um fantasma do passado, dançando e assombrando o seu presente, mas a verdade é que, para mim, você ainda se faz muito presente porque tudo ao meu redor me lembra a você, me recorda a fragmentos da nossa história, e eu não sou capaz de simplesmente me desvencilhar de nossos cinco longos anos juntos. Cinco longos anos, todos os planos, nossos gatos, os pratos juntos desgustados e os que foram preparados, os presentes dados, coisas que eu simplesmente não estou apto a enterrar no passado.