Carta em defesa de Walt Disney

 

CARTA EM DEFESA DE WALT DISNEY

Miguel Carqueija

 

Carta para o jornal “O Globo”, redigida em 27 de abril de 1995, enviada em 28 de abril e publicada em 8 de maio.

 

Desde que o mundo é mundo existem os caluniadores. Até Jesus Cristo foi caluniado. Por isso não me admira que apareçam livros de calúnia contra Walt Disney. Biografias recomendáveis do cineasta são “Walt Disney, o mago da tela”, de Bob Thomas, e “A história de Walt Disney”, por sua filha Diane Disney Miller, casada com o produtor Ron Miller.

Walt Disney era um homem de moral austera, que não dizia palavrões (fato atestado por Gilberto Souto) e não admitia insinuações libertinas nos seus filmes. Embora algumas pessoas não pensem assim, a verdade é que não se pode dissociar de todo a obra do artista e seu caráter. A obra de Disney transmite uma inocência e dignidade que refletem a personalidade de seu autor. Ele era tímido com as mulheres e casou com a primeira namorada, Lilian. Acredito que casou virgem — está de acordo com o clima de seus filmes. Lembro ainda que Walt Disney é reconhecidamente o maior cineasta de todos os tempos e, além disso, pelo seu humanismo, um benfeitor da humanidade. É preciso respeitá-lo.