Meus queridos netos

 

                          ...hoje, o mundo está sob o reflexo do aumento da temperatura nos diversos cenários, desafiando a existência  humana. Fenômenos extremos percorrem os continentes. No Brasil, o Rio Grande do Sul, sofreu a devastação com as chuvas e os ciclones, evento novo na orla brasileira. 

 

A Terra que acolheu a humanidade pede socorro.

A vida pede passagem.

O desamor habita os quatro cantos do Planeta.

 

Em nome da civilização, árvores foram derrubadas, morros terraplanados, rios abandonados, violados e agredidos com os dejetos humanos e industriais.

Na toada do progresso, a vida sente o regresso , a desconstrução sem emoção, no pontinho do Universo que pode virar deserto.

 

Vovó precisa lembrar... meus queridos netos, somos indígenas, filhos da terra invadida e revirada , sob o cetro da modernidade.

 

Vovó nasceu e cresceu à beira do Rio Paraíba do Sul, alimentando-se de peixes, muitos peixes, passeando de canoas feitas pelo meu  pai, aprendendo a tecer tarrafas, redes, covos... e respeitando a sacralidade da Natureza.

 

Vovó aprendeu, desde cedo, que precisamos cuidar do arvoredo, plantar os nossos alimentos, construir a nossa habitação, não se apegar às  riquezas mundanas.

 

Por fim, meus queridos netos, preciso lembrar que a nossa família precisa fazer a sua parte... preservar o meio ambiente e levar a mensagem da educação ambiental por onde passar.

 

Peço, que não se esqueçam dos cuidados com o belo... com o colorido das flores, com o respeito às árvores frutíferas para que os passarinhos possam prosseguir com a sinfonia ao alvorecer.

 

Nas suas escolhas, todos os caminhos exigirão ambiente saudável, enraizado na sustentabilidade e no amor ao próximo e às coisas da Terra.

 

Peço aos meus queridos, que protejam a criticidade, lutem pelo direito cidadão da preservação do capital natural como direito de todos. Estudem sempre, sigam os ditames da ciência, sejam livres como os puris.

 

Que Deus os abençoe e ilumine as suas vidas.

Beijos da vovó!