A PALAVRA QUE ME CABE É SOLEDADE - pedras preciosas
Meu espírito não usa máscaras, anda desuavizado e transparente. Sento-me aos pés das árvores esperando que uma folha distraída caia. SOLEDADE é a palavra que me cabe, por outra eu choraria e não quero chorar nenhuma ausência de tempos que se passaram. Tempos em que te esperava e tu vinhas, pontualíssima com palavras de violinos, fumaças de caputino, frases de livros e beijos de novelas de romancistas bucólicos.
Aqui há gritos insuportáveis nesta hora. E esta hora ainda é tua, minha contadora de histórias. Lembras da flor que se transformou em beijo? lemos em suspiros coreografados "O Rouxinol e a Rosa", largamos tantos compromissos que só nos desbotavam, queríamos ser novidades, o mundo nunca soube o que fazíamos. Havia tantas coisas secretas entre nós.
Nos dias em que chegavas como fúria, como brasa, eram os dias mais suaves e seguros. Espantávamos as aves, corriam os escorpiões, centopéias descalças ganhavam a velocidade das locomotivas. Descabelávamos os relógios por nossas irresponsabilidades. Afugentávamos o passar das horas.
Fui tão feliz junto ao que se erguia feito árvore rara, que hoje, a palavra que me cabe é SOLEDADE.
Sairam para as festas os casais normais, foram os trabalhadores morrer mais um dia, as beatas ficaram em seus mantras de ave-marias. Eu? eu corri pelas ruas, perguntei ao carteiro, ao policial, ao guarda-vidas da praia das gaivotas, aos velhinhos que jogavam dama. Vocês viram minha amada? aquela que me pôs dentro de sua casa e me fez dormir sobre seu colo?
Ninguém sabia, Ninguém havia lido "O Cântico dos Cânticos". Erámos segredos e mais segredos e ninguém sabia.
Como num sonho daqueles em que não conseguimos ir adiante, meus dedos não se continham, se confundiam na tentativa de dar um telefonema. não parava um carro para me levar até tua rua, tua casa havia mudado de endereço. Mas eu te via em todas faces. Pensava demais e tanto que cheguei a ter febre. Deitei molhado de suor e procura. Sobre minha cama, amolavam-se para mim estalactites e flechas envenenadas, não dormia, não dormia. Meus olhos cerrados viam pontos fosforescentes eram âmbas(esse plural me enlouquece)amarelados e dentro deles moscas milenares em coma, paralisadas, mas ainda com vida. Eu era o inseto dentro do âmbar. E me vem tua imagem como a vermelhidão e a dureza dos rubis da Birmânia que carregam paixões avassaladoras.
Cheguei a deixar de existir por amor, tornei-me indigente por amor. Doía-me tanto recordar os teus dias de fúria, mais e mais tua docilidade fugidia e a rósea opacidade roubada dos topázios contornando teus lábios. Soubeste me ter cativo por seres pedra preciosa.
Fostes vestida de azul das safiras dos sacerdotes da Pérsia? ou como tua simplicidade Turmalina que me atraiu para ti? Como abandonartes tua casa?
Eu não sabia que ao te dar aquele anel de Turquesa, entregava toda a coragem em tuas mãos, te protegia das serpentes e da violência. Desde então, eu conto silêncios em vão.
Há muitas luzes por onde andas!
Meu espírito não usa máscaras, anda desuavizado e transparente. Sento-me aos pés das árvores esperando que uma folha distraída caia. SOLEDADE é a palavra que me cabe, por outra eu choraria e não quero chorar nenhuma ausência de tempos que se passaram. Tempos em que te esperava e tu vinhas, pontualíssima com palavras de violinos, fumaças de caputino, frases de livros e beijos de novelas de romancistas bucólicos.
Aqui há gritos insuportáveis nesta hora. E esta hora ainda é tua, minha contadora de histórias. Lembras da flor que se transformou em beijo? lemos em suspiros coreografados "O Rouxinol e a Rosa", largamos tantos compromissos que só nos desbotavam, queríamos ser novidades, o mundo nunca soube o que fazíamos. Havia tantas coisas secretas entre nós.
Nos dias em que chegavas como fúria, como brasa, eram os dias mais suaves e seguros. Espantávamos as aves, corriam os escorpiões, centopéias descalças ganhavam a velocidade das locomotivas. Descabelávamos os relógios por nossas irresponsabilidades. Afugentávamos o passar das horas.
Fui tão feliz junto ao que se erguia feito árvore rara, que hoje, a palavra que me cabe é SOLEDADE.
Sairam para as festas os casais normais, foram os trabalhadores morrer mais um dia, as beatas ficaram em seus mantras de ave-marias. Eu? eu corri pelas ruas, perguntei ao carteiro, ao policial, ao guarda-vidas da praia das gaivotas, aos velhinhos que jogavam dama. Vocês viram minha amada? aquela que me pôs dentro de sua casa e me fez dormir sobre seu colo?
Ninguém sabia, Ninguém havia lido "O Cântico dos Cânticos". Erámos segredos e mais segredos e ninguém sabia.
Como num sonho daqueles em que não conseguimos ir adiante, meus dedos não se continham, se confundiam na tentativa de dar um telefonema. não parava um carro para me levar até tua rua, tua casa havia mudado de endereço. Mas eu te via em todas faces. Pensava demais e tanto que cheguei a ter febre. Deitei molhado de suor e procura. Sobre minha cama, amolavam-se para mim estalactites e flechas envenenadas, não dormia, não dormia. Meus olhos cerrados viam pontos fosforescentes eram âmbas(esse plural me enlouquece)amarelados e dentro deles moscas milenares em coma, paralisadas, mas ainda com vida. Eu era o inseto dentro do âmbar. E me vem tua imagem como a vermelhidão e a dureza dos rubis da Birmânia que carregam paixões avassaladoras.
Cheguei a deixar de existir por amor, tornei-me indigente por amor. Doía-me tanto recordar os teus dias de fúria, mais e mais tua docilidade fugidia e a rósea opacidade roubada dos topázios contornando teus lábios. Soubeste me ter cativo por seres pedra preciosa.
Fostes vestida de azul das safiras dos sacerdotes da Pérsia? ou como tua simplicidade Turmalina que me atraiu para ti? Como abandonartes tua casa?
Eu não sabia que ao te dar aquele anel de Turquesa, entregava toda a coragem em tuas mãos, te protegia das serpentes e da violência. Desde então, eu conto silêncios em vão.
Há muitas luzes por onde andas!