Saudade

Meu tempo é o vento

E dele sofro todos os tormentos,

A sutileza do toque e seu alento,

De quem se permite ser tempestade,

Que deságua em corações pacíficos

E faz da paixão redemoinhos,

Dançando em meio ao olho do furacão.

Carrego o teu semblante, a lembrança da tua face,

E nem a maior das intempéries pode me abalar ante a memória do teu sorriso.

Fiz da tormenta, a minha poesia

Dos teus olhos um mar profundo onde gosto de naufragar.

Das lembranças, um afago

De um tempo eterno, formado de suas frações impermanentes,

Ainda assim o relógio parece parar

No afeto infinito das lembranças.

Solivagant
Enviado por Solivagant em 30/05/2024
Reeditado em 01/06/2024
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