Saudade
Meu tempo é o vento
E dele sofro todos os tormentos,
A sutileza do toque e seu alento,
De quem se permite ser tempestade,
Que deságua em corações pacíficos
E faz da paixão redemoinhos,
Dançando em meio ao olho do furacão.
Carrego o teu semblante, a lembrança da tua face,
E nem a maior das intempéries pode me abalar ante a memória do teu sorriso.
Fiz da tormenta, a minha poesia
Dos teus olhos um mar profundo onde gosto de naufragar.
Das lembranças, um afago
De um tempo eterno, formado de suas frações impermanentes,
Ainda assim o relógio parece parar
No afeto infinito das lembranças.