NÓS
Campinas, 22 de maio de 2024 - 23h08m
V,
Hoje consegui assistir meu filme favorito pela primeira vez desde que terminamos.
Vi Joel e Clementine passeando pelas coisas pequenas, bonitas e bizarras que faziam deles únicos.
Quis te escrever e dizer que apesar de tudo, nunca quis apagar as NOSSAS coisas pequenas, bonitas e bizarras.
Quando eu retorno para minhas memórias, assim como Joel volta para as dele, sorrio com as bobagens.
Sorrio para aqueles dois jovens nervosos em frente ao Vila tarde da noite finalmente trocando o primeiro beijo. Ou para quando de longe vejo a gente assistindo Shrek e passando mal de rir. Os cafés da manhã na cama assistindo Masterchef. As baladinhas no meu quarto só pra nós dois regados a chopp de vinho e tudo que coubesse na suqueira. Os banhos de chuveiro e o seu drama com a água gelada. Todas as comidas maravilhosas que fizemos juntos. As chuvas de 01 de janeiro. E a primeira vez que senti tanto amor por você que finalmente entendi o desespero de quem não tinha aquilo, e queria tanto ter. O jeito como eu odiava você ser tão vago, e o medo que eu tinha de te perder.
Tenho feito um esforço para me lembrar que também fui feliz. Que tiveram vezes em que me senti amada. E que agora, nesse lugar onde não somos mais nada, eu tenho isso. Todas as coisas que só nós sabemos, que só nós sentimos e que só nós vivemos.
Me seguro nessas lembranças e sigo em frente desejando o melhor para nós nessa caminhada que, para mim, não é nada linear.
"-Bem, é isso, Joel. Logo tudo vai desaparecer.
-Eu sei.
-O que faremos?
- ... Aproveitamos"
Amor,
M.