Carta 2 Para o meu vazio
Eu olho para o nada, perdida em pensamentos vazios, vejo que a vida "não tem eira nem beira", e é mais simples e complexa do que parece. Planejamentos sem conhecimentos são uma perdição. Andar em um caminho sendo cego sem saber aonde vai e afirmar que tem rumo é pura hipocrisia. Quanto mais o tempo passa, mais percebo que não me conheço e que aos poucos vou me conhecendo. Vejo que sonhos de um passado distante não eram tão reais pois eram influencias do ambiente. Era jovem demais para decidir algo pra vida inteira e velha demais para ficar parada. A vida nos obriga a tomar uma atitude, esta as vezes sendo pouco avaliada. Decidir a longo prazo é dificil mas ja é um caminho para começar... Toda ação leva a um caminho e todo caminho tem estações quentes, frias e amenas. É dificil acompanhar a vida e por isso somos responsáveis pelo rumo dela. Nada aos extremos é bom e por isso não podemos nos preocupar demais. Se preocupar erijece o corpo e trava a mente, mente travada não respira, quem não respira não vive. Não viver é menos estressante e resolve muitos problemas... Viver é ter a curiosidade de saber o que vai acontecer, escolher quem vai nos acompanhar e o que vamos plantar, é também ser terra para a plantação de outras pessoas... A vida é uma Fazenda gigantesca mas acho que sou caolha e só enxergo uma parte dessa beleza pois sempre vejo um lado obscuro. E esse lado obscuro me assusta, me tira o ar, me faz tremer, acelera o coração, me deixa zonza, tremendo e que me congela no canto de casa... Não tenho tempo pra isso mas não tem para onde fugir... Minhas tormentas não podem ser compartilhadas pois cada um tem seu universo de problemas... No fim estou só em um quarto escuro, abrindo a cortina de blecaute e olhando o arco-íris na janela. Talvez tudo seja um nada mas esse nada também brilha, acho que encontrei minha luz mas como toda lâmpada esta deve ter um interruptor... Espero que alguém perca o interruptor para essa luz não se apagar, acho que eu mesma vou roubar esse botão e sumir com ele para ninguém encontra-lo ao ponto de eu mesma não acha-lo.