CARTA LITERÁRIA
Estive aqui pensando, meus caros leitores, se o forte desse tempo nosso não é a simplicidade. Claro, a palavra simplicidade me foi inspirada por um outro texto constante aqui mesmo. Estuda-se muito, lê-se demais, mas para conviver com nossos semelhantes o que é preciso? Da simplicidade, senão os outros não vão nos entender. E vim aqui escrever esta carta. Que pensei em intitular "Carta para o amanhã". Mas, eu mesmo tenho já um texto assim intitulado. E enquanto vou escrevendo vou pensando num título. Que seja simples e claro.
Não vou aqui falar do que já li. E dizendo isto não estou querendo dizer que tenho leitura. Hoje as pessoas ao meu redor têm escola e sabem escrever. Antes do meu tempo, este, para se ser poeta precisava-se ter o dom. Fui amadurecendo e vi gente falando que só era preciso inspiração. E ouvi muita discussão sobre se era inspiração ou transpiração.
Claro, quando se fala em transpiração, quer-se fazer lembrar do trabalho que dá escrever. Julgo que transpiração então não é a palavra adequada.
Hoje, o escritor chega e pega papel e caneta. E começa até com rabiscos até ter a letra do quer dizer. E para se chegar a isso requer-se um apelo à simplicidade. Óbvio. Agora, para tornar o escrito simples e valioso requer-se fazer com que ele seja entendido. Aí dirão uns que eu estou falando de literatura popular.
Mas, pensem senhores e senhoras, para gente como nós nosso público é a gente mesmo. Eu escrevo um poema para você e você escreve um conto para mim. E assim nossas sensibilidades artísticas se farão entender. E contudo esta é uma carta. E tudo com simplicidade.
26/04/2024.
MOEDA/MG.