Não é somente mais uma carta de despedida.
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Querido (sqn),
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No início, mal te notava. Eu ainda tinha tanta coisa pra viver.
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Mas você foi chegando devagar, com um comportamento natural e instintivo de um animal que deseja marcar seu território.
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Se infiltrou sorrateiramente, criou raízes, vínculos de desesperos e incertezas.
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Disfarçava e manipulava muito bem, me fazendo acreditar em algo que eu deveria aceitar e suportar.
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Nessa relação tóxica, por muito tempo, você foi o pior efeito colateral. Foi a dor constante, o sussurro da dúvida, o grito de medo.
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E você foi muito além, se alimentando dos meus sonhos, se fortalecendo da minha energia, ao mesmo tempo em que me deixava fraca e vulnerável.
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Diante disso tudo, havia dentro de mim um lugar que você foi incapaz de tocar, um lugar de resistência e resiliência, onde ficavam guardadas as lembranças mais puras, os sonhos mais sinceros, e a chance de uma nova vida.
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Com gratidão pelo que aprendi e alegria pelo que está por vir. Finalmente me despeço de você.
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Mas antes que eu te tire por completo da minha vida, eu te faço um apelo, meu último lamento.
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Não faça com outras mulheres o que você fez comigo. Você foi muito covarde.
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Adeus, Câncer.
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Vav’s
26 de março de 2024, dia Mundial da Prevenção do Câncer de Útero.