Hóspede

Corredores vazios e o silêncio que incomoda a alma.

Às vezes vejo fantasmas e estranhos ao meu redor.

Hospedeiros ou hospedantes.

Leio um livro e finjo estar em outro lugar.

Lento é o vento por trás da chuva.

Toda semana é diferente.

Outro quarto, não é minha casa e nem a sua.

Mesmo assim, estamos aqui.

Você do outro lado, se assusta com sons externos.

Notando que estava em outro lugar.

As únicas coisas familiares são: seu pijama rosa.

E minha foto ao teu lado.

Sombria e comprida será a noite.

Seus olhos inchados não só pela falta de sono.

Vaga, vazia e fria.

Hospede ou hospedeira.

Tudo começou assim.

Corredores vazios e o silêncio que incomoda a alma.

O dia sendo engolido pouco a pouco pela noite.

Preso me sinto nessa escuridão.

Angústia pelo livro que chega ao fim.

Cada vez mais longe de mim, de amigos e de você.

Mesmo assim, estamos aqui.

Eduardo Perez e Juliana Carla Ramos Pinto
Enviado por Eduardo Perez em 31/03/2024
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