Cartas de aventuras e nova jornada para meu querido irmão
Paris, 30 de março de 1880
Querido, irmão
É sobre a chuva de Paris que o vapor nos deixou. Eu e Palas Atena chegamos na nossa querida Paris.
A cidade é encantadora neste novo mundo paralelo. Imagine que no trânsito, entres as charretes e caleças luxuosas, há carros a vapores! Máquinas maravilhosas que lembram carroças sem cavalos.
Nos céus dirigíveis, balões e dragões voam em harmonia no céu. Mas de alguma forma há um tipo de lei nos céus, pois não são tantos os que voam.
Eu e minha amada nos instalamos no hotel Continental próximo a Catedral Notre Damme e a livraria Shakespeare e Company.
No dia seguinte, depois de um Café no Quartier Latin fomos ao boêmio Montmartre.
Em um bar encontramos Victor Hugo numa agitada conversa com Monsieur Dupin e Holmes.
Ficamos em uma mesa próxima conversando e bebendo um delicioso Sancerre.
Como sabe, somos tipos discretos. Mas houve algo em nossa aparência e postura que fez Monsieur Holmes se aproximar e nos puxar para a conversa. Discutiam sobre métodos de deduções e pistas para solução de crimes. Ao que parecia, Monsieur Hugo não ousava dar uma opinião, "por ser um mero escritor", dizia ele.
Eu e Atena ouvimos os dois e demos nossas opiniões unindo os pontos fortes de cada um. Eles ficaram surpresos com nossa inteligência e maneira direta de falar.
O que eles não sabem, e nem fizemos questão de falar, é que estavam diante de um casal formidável (sem falsa modéstia) um detetive arcano de memória e inteligência divinos e a própria deusa grega da sabedoria.
Ficaram tão admirados conosco que nos convidaram para uma tarde de debates e leituras na Shakespeare and Company. Aceitamos e fizemos amizade entre as turmas boêmias de Paris.
Há muito para escrever e lhe contar. Por ora precisamos ir.
Até mais meu adorado irmão,
Asaph