Carta aos educadores
Hoje, estou aqui escrevendo cartas e emocionando pessoas, sabe o porquê? Um dia, não um dia qualquer, um dia especial, adentrei numa sala de aula e, conduzida pelas mãos dóceis de uma professora, aprendi a ler.
A leitura e a escrita são processos libertadores, pois lendo e escrevendo a gente pode conquistar o mundo, ou um pedacinho dele.
Quando mal lemos, mal escrevermos, o nosso mundo fica restrito ao mundo que nos é apresentado.
A quem interessa uma educação, que prende o estudante e o priva de conquistar a tão sonhada liberdade.
Na condição de professora aposentada, tenho visto jovens colegas angustiados e sem saber qual o caminho seguir, pois o sistema quer números e os professores desejam ter dignidade e desenvolver um trabalho que promova uma educação libertadora: ler, escrever, analisar, ter autonomia, propor soluções, reflexão...
Fico a pensar por que batem tanto na tecla os ensinamentos de Paulo Freire, de Anísio Teixeira se, na prática, esses ideias não são respeitados?
Certamente, esses homens, educadores na essência, se reviram no túmulo quando observam as manobras do sistema para lubrificar os indivíduos e deixá-los sem os direitos que lhes são garantidos.
Não desistir é a palavra de ordem, mesmo que muitas vezes, isso parece ser romântico, mas não é. Modifique-se quantas vezes for necessário e adapte-se às novas realidade. Você, educador, é a pessoa capaz de estender as pontes e possibilitar que os jovens ganhem a liberdade merecida.
Um abraço
Vovó Nice.