Urna Funerária
Icapuí, 11 de março de 2024.
Vim aqui, nessa madrugada, pra te falar de uma voz ecoando no vazio dos nossos planos e sonhos desfeitos.
Tento te sentir ou perceber, mas agora és como uma urna funerária viva guardando as cinzas da mulher que tanto amei.
Lembranças de abraços e beijos dissolvendo-se na poeira do tempo por tantas idas e vindas, em um ciclo contínuo de falta de cuidado conosco.
Nossos corações não estão em paz.
Se assim fosse, desfrutaríamos da insustentável leveza do ser própria daqueles que desimportam a pessoa amada de dentro de si.
Acredito que ainda há uma chama tênue de esperança do Mito da Fênix realizar-se dentro de ti. Mas, será que vou estar lá pra ver suas asas flamejantes inaugurando seu renascimento?
Eu não sei mais quem é você…