Então,
sonhei contigo e senti tudo de novo! Aquela presença física, de abraço que esquenta e aquele beijo que se deseja, salivando na boca. De novo os caminhos cruzados dos sonhos que me mostram você, mas não me deixam tê-lo e nem evitam que de novo eu acorde e sinta o peso de uma saudade de trinta anos. Quem serei hoje, trinta anos depois? Embargo um choro na garganta e penso que nunca fui escolhida pra estar na sua vida. Os sonhos são meus, habitam meu recolhimento. Se sonho a gente respeita, você nunca sonhou comigo. Gosto muito de sonhar com vc. Nunca esqueço quando foi embora pra Londres. Sonhei com a gente num barco, numa gôndola, algo assim, em meio ao fog londrino. Alimentei minha saudade desse passeio, das leituras que fazia dele e do seu sorriso sem mostrar os dentes, meio que com olhos e alma. Tudo de novo. Lembrar de sua expressão enquanto pensava em planos mirabolantes. Era delicioso ver seus olhos brilhando...Sonho. Uma mensagem. Um café, um dia, um papo ou um esbarrão no meio da rua. Quem serei eu hoje, que não te levou a me parar e me abraçar? Quem seremos nós que não fomos um dia? Quem somos e fomos nós aos olhos um do outro lá naquele passado, no sonho ou em qualquer lugar?