LAÇO
O tempo passa sob meus passos apertados
meus prazos, meu corpo
em laços que unem e desatam sem anunciação,
E o tempo não mais passa, atropela e arrasa.
Queda ao chão o liame,
até enfim o pesar inclinar-se ardiloso
no intermezzo de noites clandestinas
e já não sei mais o paradeiro de mim.
Laço que solta e se refaz,
laço declarado, laço secreto,
o laço que me cerceia
em sonhos libidinosos,
meus olhos fixam a imagem extraviada do seu sorriso
você está em meus pensamentos,
em interstícios de aproximação.
Laço que escorrega pela mão
e torna-se nó.
Teresópolis, 14 de outubro de 2023.