Carta À Beatriz
Amada, bem sei que me amou e que me odiou ao mesmo tempo, numa dualidade perfeita e dicotômica. Não se zangue, meu benzinho, trago na minha memória canalha as nossas horas de entrega e juras de amor inalcançadas.
Lembro-me bem da tua face amorosa, do teu olhar de carinho, lembro-me bem dos puxões de cabelo, dos tapas, dos banhos intermináveis ao longo do dia em que alcançávamos dez, doze orgasmos apaixonados.
Escrevo essa carta com saudade e nostalgia, de ti só guardo amor, nenhum sentimento de rancor ou magoa, pois tu, mulher dos meus sonhos, nunca me fizestes nenhuma mal, pelo contrário, despertou-me para a vida que eu jamais havia experimentado.
A minha decisão unilateral causou-lhe magoa e outros traumas, mas foi o melhor que pude fazer, adjetive-me como quiser, só não deixe de pensar em mim, nem que sejas por vingança.
Um dia, que talvez nunca chegue, tomá-la-ei em meus braços e só largarei de ti quando de mim estiverdes completamente exausta.
Com carinho,
Aquele Que Te Amou.