Submersa em corpos rasos
Desde que me conheço por gente sinto que me falta
O vazio que deveria ser nada se tornou dor
Sempre sozinha independente da cia
Tentei me preencher com outros no caminho
Cega, fechei os olhos para o fato, vazio não se preenche
Me afogo em tanto nada
Cheia de tudo
Menos de amor pelo meu vazio
É difícil olhar para ele, se conformar que sou eu, não ele ou ela, nem isso ou aquilo, é apenas uma insegurança sobre o que fazer com todo esse vazio
Alguns preenchem da forma que querem ou que conseguem e são felizes
Outros, bem, nem sequer chegaram a pensar nele, pois não tiveram essa oportunidade
Quem me dera não ter enxergado o vazio tão cedo
Me repito isso comigo tentativa de conforto, mas é apenas uma fuga
Eu tenho que me olhar no espelho, ver o reflexo do que não quero ver, encarar a verdade de fato, ver o vazio dentro do meu ser, me afogar sem medo, deixar o que foi, e esquecer o que queria que fosse, se for para ser não devo esperar, tenho apenas única e exclusivamente a necessidade de me afogar, não tem mais como fugir, nem evitar, não mais pra tentar remendar com corpos frios, nem com palavras bonitas, não está em nenhum lugar, não adianta procurar
Vou me afogar novamente, mas desta vez vou sem data pra voltar, vou passar o limite para me alcançar, e se não for o suficiente, nada mais será, não por rima, mas por experiência própria, não tem palavras bonitas, não tem sentido, não tem começo e não tem fim, não tem uma solução, é só mergulhar, e ir em frente para sempre.