Carta às famílias
Jequié, 19 de janeiro de 2024.
Pessoas queridas.
Depois de muito pestanejar e remoer meus pensamentos, resolvi escrever para vocês sobre as pessoas que se escolheram para estar juntos e talhar a vida um do outro como tatuagem.
A familia é ponto de apoio e equilíbrio, ponto de encontro e desencontros, ponto de chegada e de partida, pontos de afetos e também de desentendimentos, pois não há famílias perfeitas e o que faz com que sejamos famílias, não são os só os laços sanguíneos, mas o quanto nos envolvemos nas teias que nos cercam.
Há famílias grandes, outras bem pequenas, famílias que moram lado a lado, outras que são espalhadas, um membro em cada canto, há famílias, que professam religiões diferentes, contudo, a espiritualidade une e reúne os membros em turno de um ser supremo e criador.
Há as famílias "ditas como diferentes "essas são as melhores, pois quebram todas as regras, todavia, o que importa é o amor, que circunda as vidas de quem pertence a esse naipe.
Ha famílias que seus componentes carregam as dores da separação, outras que seus membros não tiveram a oportunidade de vivenciar a vida todos juntos, ou não aprenderam como ter afeto, não sabem o quanto é bom receber um abraço apertado, ouvir "eu te amo", ou uma mão para segurar a sua quando o chão faltar.
Há famílias que as pessoas vivem como unha e cutícula, que as pessoas não se separam por nada, que tudo é compartilhado da falta d'água a demasia dos afetos.
Há famílias que foram desfeitas, seja pela morte dos progenitores ou pela perda abruptamente dos filhos, ou que a dor segue rasgando o peito por geração em geração.
Então, quem tem uma família cuida, abraça, proteja, desculpa, perdoa, respeite as escolhas e não perca a oportunidade de fazer uma visita, pois talvez você pode pensar, não tenho tempo para um almoço, um café ou uma tardinha de bate-papos, mas quando a enfermidade bater na porta, ou o luto chegar, seu mudo irá parar e não existirão memórias de alegrias e diversão.
Meus amores, ouçam a voz da experiência de quem vive só, pois não soube perceber, compreender e valorizar o que é ser família.
Um abraço afetuoso
Vovó Nina