PÁGINAS DOCES

Poderia dizer que Luiz Fernando Veríssimo estava certo quando escreveu que a poesia surge no lugar fora do convívio

do amor, logo que, segundo ele, versos não pode nascer da felicidade dos casais, só pode surgir antes ou depois dela.

No primeiro caso, a poesia vem do amor que não se tem , o que nasce do desejo , da fantasia, ou ainda da 'delusão'.

Nele surgem os versos da esperança, e para os céticos , da auto enganação, nada de novo para o futuro revelar.

Já o segundo caso, é sobre o amor que se perdeu, aquele que reside apenas no mundo interno de quem escreve,

de memórias ( não apenas das verdadeiras, mas da memória poética - a mesmas do primeiro caso). De todo modo,

uma forma de sofrimento. que se faz presente, na música, no por do sol, nos filmes.Pode alguém inspirar-se do vazio?

por isso, lendo as páginas de Veríssimo, vejo que nosso amor será eterno, não como poderia ser

, com as 'briguinhas' dos casais para sujar as páginas dos 'contos de fadas'.

As nossas páginas serão sempre doces, lugares bonitos, para os quais minha consciência foge quando está cansada da realidade.

Por esta razão, minha amada, a escolha de te dar um definitivo Adeus não é da falta do amor em si, mas provém do mesmo.

Pois há mais necessidade em mim de eternização do que é bonito, irresistível e perfeito, do que nossa simples e crua 'realidade', pois Insuficiente é o mundo real para o não sábio, o tolo que permanece escrevendo para alguém que nunca o entenderá. Por que no deserto , mais vale para mim uma sombra duradoura do que uma breve gota de água. mesmo se for uma forma de egoísmo, prefiro isto,

do que deixar as próximas páginas em branco para quem poderia usá-las para descansar também.

Tesla da escrita
Enviado por Tesla da escrita em 01/01/2024
Reeditado em 01/01/2024
Código do texto: T7966582
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