Carta à você que me perguntou...
Não, eu não sou gay. Mas não me importaria.
Sobre coisas de mulher, entendo muito bem.
A poesia que escrevo é por admiração;
muito se “quase vê” pela superficialidade;
busco mostrar o “sentir” se é que isso é possível.
O corpo quase sempre passa batido, e é apenas ligado ao tesão, não é.
O corpo da mulher é muito mais que carne;
nele está refletido o desejo esmagado porque disseram um dia que teria que ser assim,
porque falaram que tem que aceitar; calada, de preferência.
Criou-se um tabu que precisa ser removido de nós, precisa ser desconstruída essa ideia.
Expor vontades não faz da mulher vagabunda; mulher tem voz e é preciso que chegue a sua vez.
Falo do corpo feminino, porque é preciso ser escutada e percebida da maneira como tem que ser.
Falo porque não é vergonha nenhuma falar de desejos, sejam eles quais forem;
não é vergonha se apaixonar pelo corpo, tenha ele a forma que tiver.
Desenho a mulher em poesia, porque ela cabe com exatidão.
Agradeço de toda minha alma aos meus leitores. Todo o meu respeito e admiração.
xêro minêro com exagêro e muito tempêro