Olá, Janaína
Olá, Janaína.
Achei bom voltar a conversar com você. Tantos anos separados, tantos anos sem vê-la; suas expressões de ciúmes, seu olhar triste quando quieta no seu canto, seu olhar alegre quando comprava um novo vestido, ou mesmo sua expressão de indignação. Tantos anos ficamos afastados. Tantos anos sem sua presença. Sonhei, delirei, inventei momento de nós juntos novamente; me afastei destes pensamentos. Não conseguia me relacionar com outra, não conseguia ir atrás. Me perdi. Te perdi.
Depois você volta; depois de anos.
A vida produz certas confusões. Nos surpreende com estas imposições, com formas imprevistas e impossíveis de nos prepararmos. O sonho, afastado, agora volta. Volta quando menos espero, volta quando eu já tinha ido embora. Volta, neste vai-e-vem que me apunhalou. Não sei o que fazer... Não consigo ir embora, mesmo já estando longe. Estou fora, mas você me puxou para dentro.
Não dar para apagar as memórias. Os momentos vividos, expressivos, alegres, gritantes, eróticos, não podem ser esquecidos. Estou em ruínas...