Maria
Ainda é frio quando eu penso em você, mas eu já me acostumei com ele. Até gosto dele às vezes. Lembro-me do seu sorriso e sorrio junto; lembro-me do seu perfume e meu coração se aquece, o frio não me incomoda mais. Já faz dez anos e agora sou mulher, mas minha criança sempre vai sentir sua falta e te lembrar quando ouvir seu nome. Ou quando as memórias afetivas me invadirem os pensamentos e eu só conseguir pensar em você. Ou quando eu lembrar do cheiro da sua antiga casa e de como ela me fazia sentir leve, como uma criança deve se sentir sempre. Ou então quando ao simples acaso você me vier à cabeça e permanecer por um bom tempo. Isso acontece às vezes. Quando algo me alegra e eu olho pro céu, é como se você me sorrisse de volta. Não consigo parar de pensar que você é o grande motivo pelo qual coisas boas acontecem comigo. Eu sei que você consegue sentir tudo o que eu digo, mesmo que não veja. Sempre o que sentimos é mais sincero do que o que dizemos. Eu aprendi isso quando você se foi. Sei que está sempre comigo e te agradeço por isso. Agradeço por não desistido de mim e por ter ficado, mesmo não estando mais aqui. É um sentimento confuso, mas que eu entendo muito bem. Espero que um dia você sinta orgulho de mim, ao menos uma parte do que eu sinto de você. Você me deu um dos melhores presentes que eu poderia uma dia receber. Obrigada por tudo, vovó. Te sinto muito.
M.G.