Ao Aedo
... são essas coisas que me passam pela cabeça em meio às lágrimas. Tento sufocá-las, mas vejo você aí, parado, me olhando quieto... com um olhar cinza, que eu não vejo. E me dói ver tua alma assim, amarrada, sem poder sair em palavras, em poesia, em textos e rodar você com as estrelas do céu do universo de luzes a cada poesia.
Por isso, eu venho humilde, como admiradora, como amiga, como aprendiz, como aluna, como discípula que precisa aprender para um dia chegar aos pés de seu mestre... eu venho e imploro a ti: não pare de escrever. Por favor. Por favor. Está tudo aí, dentro de ti. É só ter ânimo para colocar pra fora. Escreve.
Pense na vida, na maravilha de viver, na natureza exuberante que te cerca, nas montanhas, no sol, nas flores. Pensa em todas as pessoas que começaram a escrever incentivadas por ti (... em mim também, lembre-se disso, que se escrevo é por tua causa, porque lutou para isso).
Pense em todos que apostam e apostaram em ti. Pense nas pessoas que confias, que acreditaram em ti, em quem te gerou, que te amou com amor imensurável. Em tanto te incentivou, que vive em teu coração, em tua alma, que com certeza sempre te admirou e que não suportaria te ver nessa apatia intelectual, nesse desânimo todo.
Pense numa mulher linda e maravilhosa, que você amou no passado e nunca esqueceu. Naquela para a qual escreveste tantas e tão fantásticas e maravilhosas cartas e poesias que estão lá, como retrato de teus sentimentos e vivências, que evidenciam tuas buscas, tuas lutas, teus pensamentos e que me encantam e encantam cada um que te lê.
Pense naquela que você ama hoje e busca todos os dias em sonhos à procura de sua imagem, do sentir de sua alma, seu amor, sua amizade. Nessa que admiras, respeita, tens apreço, simpatia e desejas felicidade.
Pense nas crianças que te leem, nas pessoas que irão te ler no futuro... se puderes... em mim que te leio sempre, bebo tudo o que escreves.
Pense em ti, na necessidade que tens de escrever, na paixão que as letras são para você. Em tudo o que podes construir e ainda fazer pelo mundo por meio delas.
Esqueça todo o resto que te machuca. Esqueça Maria, suas tolices, sua loucura, o que Maria disse que te feriu, que te magoou, que te constrangeu, todo o passado que te feriu e ao qual não desejas mais voltar mesmo se pudesses. Esquece. Esquece. Lembra só as coisas boas. O resto - o ruim - as sobras tristes, por favor, por favor... esquece.
Esqueça tudo, mas não esqueça: você deve ao mundo, aos teus queridos, a tua família, aos teus fãs, aos teus leitores, os teus pensamentos, a tua sabedoria, o teu conhecimento, a tua poesia.
Você não pode parar de escrever, e escrever, e escrever... para que se faça em cada texto teu, um maravilhoso, eterno e encantador encontro de pérolas... continue... não pare nunca de escrever...
Ao Mestre!