CARTA PARA A REFERÊNCIA ESPIRITUAL
Olá, eu ainda estou aqui, nas ocupações e atividades do mundo, onde construo a minha linha de fato, na permanência temporária por sobre a superfície em combinação com a estampa que me concede meios de continuar exposto aos dias...
Sinto sua falta, sua falta física, mas assim como o vento que passa e não obstante das razões elencadas, cada qual por algum meio, em um momento, simplesmente deixa de ser o ser físico para ir de encontro à libertação que coloca a essência não física de impacto com a indiscutível verdade, verdade de que tudo desse mundo não passa de fruto da vaidade, por vezes até exarcerbada em razão das interferências que atiçam a capacidade cognitiva sobre os aspectos em vínculos às coisas que emanam dos fragmentos de Sabedoria, que é por sinal uma das mais lustres importâncias e significado quanto aos sentidos da vida, as ações e reações do verbo viver...
Sinto sua falta, eu sinto falta de sua essência física moldada que a identificava na realidade com traços bem sucintos à definição tão expressa ao contemplo... Sinto vontade de captar a emissão de sua voz física entoando palavras na comunicabilidade ao que liga as coisas, as atividades nas ocupações físicas que fadiga o composto matéria com as ofertas, com os planos fisicamente orgânicos, ilusões de um campo denominado realidade...
Ah, a realidade... Ela é um tanto estranha, pois nos faz ir de encontro as demonstrações do felicitar físico, porém não obstante à razão, em tudo, tudo há de imprescindível, o oposto... Felicidade e tristeza; Senso de estar bem e as dores; A claridade e a obscuridade; O equilíbrio e a oscilação entre um e outro ponto...
Meus olhos, mediante certa imponência, demonstra o umedecer mais concentrado e sinto a expressividade de lágrimas traçarem minha face em face de um senso que emana da alma com sinceridade... Minha voz embargada parece se tornar ausente na minha probabilidade de emissão ao ar para quaisquer finalidades, quando decorre uma exigência mental que se volte às linhas que sintetizava sua formalidade física... Quando a memória busca sintetizar a tonalidade de voz específica que a tornava em uma referência de expressividade exclusiva aos quaisquer aclames lançados à percepção de quem a contemplou...
Nisso, eu penso no quão incisiva é essa imponência deliberada por marcas ao que passou, concluiu ao tempo...
São marcas pra eternidade na minha consciência espiritual, pois ainda que, ao serem concluídos os meus dias, e, inevitavelmente ocorrer a libertação de meu senso das coisas do mundo, certamente na minha referência não especificamente física, eis que serás e terá sempre a sua referência levada em minha consciência, ao átrio ao qual eu estarei designado e será pela eternidade, a doce lembrança, o registro bom que meus olhos, ouvidos e tato puderam contemplar no seio da superfície, na realidade que registrou majestosamente a sua passagem temporária, entre o princípio de sua existência, o período de sua estadia no mundo e os impulsos que a baniram da realidade...
Uma doce lembrança, que revela indiscriminadamente a referência que tão bem construiu uma obra de vida exemplificada, cheia de virtudes e autênticos preceitos que a tornaram em uma ícone em minhas eternas lembranças, que nos fardos ao que vivenciei levo em condições de fatores relevantes, que me fazem de ti um eterno aprendiz, quer seja por quanto pude contemplar fisicamente e espiritualmente, sempre a busco nas linhas de pensamentos, nas marcas ao que passou e nas ligações ocultas que me concede ao senso indubitável, canalizar o impulso espiritual ao átrio que a abriga...
Você é saudade, és fonte eterna de aspectos em fragmentos de Sabedoria, Sabedoria ligada à Fonte do melhor saber...
À sua essência não especificamente física, a minha gratidão contínua, pois nunca em verdade, você esteve distante da minha referência...
Louvado seja Deus por todas as coisas e por ser essa percepção constante entre mãe e filho...
Com amor, fisicamente munido pela saudade, espiritualmente envolvido pela centralidade física com o abarco espiritual...
Sempre elencados por vertentes em elo eterno...
Quando eu a via e a ouvia, por sentidos físicos, bem lembro que dizias que nesse mundo há muitos mistérios, e hoje, hoje bem sei o que afirmava categoricamente em sua linha de sabedoria humana...
Desafiando a realidade, sensatamente, eu sintetizo os traços de sua face como se a desenhasse, formasse a sua a definição de seu sorriso no ar, atribuído pela capacidade extraordinária de munir pela arte ao enceno, por meio da atividade, ao dócil momento em que, com intensidade preponderante, a sinto mais presente do que nunca...
Linda em tudo...
CNS