Da luz do conhecimento
Para mim a luz é conhecimento, é o saber científico e empírico, aquele que se conquista nos bancos da escola, na universidade e os que se conquista caminhando os dois passos da vida...
Por isso, há tantas luzes ao meu redor, em minha vida... Aprendo com elas, com suas vivências a caminhar mais leve, mais serena, mesmo que, às vezes, a montanha entre em ebulição e se derrame em lava incandescente queimando tudo ao redor.
Talvez hoje seja meu último dia, talvez não. Talvez eu me cale para sempre dentro de mim, talvez não. Talvez eu me atire nos abismos profundos onde já vivi enclausurada, talvez não. Talvez eu pegue as malas nas asas e voe para fora do planeta, talvez não. Não me importa se a terra é plana ou redonda, importa que possa por ela caminhar e se quiser me jogar no espaço sideral é possível, tanto se ela for uma bola ou uma tábua. É só pular.
Não importa se hoje tem sol ou cai a chuva, eu só quero molhar o corpo com a água que sai e se não chover deito ao sol e me aqueço em seus braços.
Que diferença faz se falo de ontem, de hoje, ou sonhe com o amanhã? Eu só tenho o hoje para viver e sinto!!!!! sinto tanto que estamos perdendo tempo de viver o que tanto gostaríamos de viver.
E daí com o tamanho das ondas, as forças das tempestades? Temos asas e podemos voar, voar e, não sei, (talvez eu ainda tenha de aprender), acho que você ainda não descobriu. Faz milênios, mais de 1600 anos, que tento falar, por gritos, sussurros, gemidos, lágrimas, carinho, paixão, amor. Não sou poliglota, mas falo a língua das flores e se me permitir ou fazer morrer falo a dos mortos também.
Mas de que adianta? Quem não ouve vivo, não ouve morto também. E eu sei disso porque estive morta, estava quando encontrei a primeira página de minha vida. E se ainda vivo lá é porque foi lá que nasci. Faz parte da minha história. E é a tua também.
Mas que falo? Nem sei mais o que dizer. Nenhuma linguagem me parece ser a tua. De que me adianta ser poliglota e falar até com os olhos, por sinais, utilizar a linguagem das flores, dos animais, das crianças, do avô, da avó, da mãe, do pai, do filho e das filhas, da amante, da mulher de brandura, meiga, da mulher divertida, brincalhona, de que adianta? Nada consegue penetrar, te atingir no profundo do coração.
O que vale tanto assim que chega valer mais do que uma vida, que, deliberadamente, mata e fere por tantas e tantas vezes por meio de palavras?
E as promessas de leveza, de amor, de "eu nunca esqueci"! todo amor que me foi entregue? Eu não quero mais dor que mata em minha vida. Eu só quero amor. Quero amar como nunca amei antes. E entregar a quem amo esse amor...
Marie.