CARTA DE UMA CADELINHA DE RUA
Disseram que não tenho chances de alguém me adotar.
Que não sou merecedora de um lar.
Por ser vira-lata pura, ninguém quer amar.
E não tenho uma história trágica para contar.
Sou só uma mocinha, que foi jogada na rua.
Saí sem rumo, e cheguei no terminal de uma Universidade.
Onde achei uma sombra para me abrigar.
Um abrigo se apiedou e me levou para castrar.
Agora, retorno ao Terminal, pois não tenho onde ficar.
Voltarei a me abrigar no Terminal da Universidade.
Comerei os restos que os humanos deixarem.
Beberei água quando a chuva uma poça ofertar.
Não sou grande, não ocupo lugar.
Sou amável e divertida, apesar das maldades, que sofri.
Tenho muita alegria e felicidade para dar.
E venho me despedir, antes de retornar para a triste vida
Sem ter um lar.
E espero que eu e meus outros coleguinhas sem uma bela raça,
um dia tenham uma chance de ser amado por um humano.
Dói muito o meu coração, não ter uma casa para morar.