Dezesseis de agosto de 2020

Ele era o maior labirinto de todos.

Logo eu que adorava pessoas complexas, confusas, perdidas dentro de seus próprios multiuniversos.

Dentro de cada referência nerd, eu encaixava minha realidade paralela.

Eu não tinha dúvidas quanto ou como ele.

Ele queria entender como era sentir, logo tão perto de mim, desse meu coração que se enche de luz sempre que encontra alguém diferente dos demais.

Ele era meu maior quebra cabeças, eu juntava peça por peça.

O modo como ele faz graça, o modo como ele ri, me faz gargalhar alto e doer minha barriga.

O que torna alguém aquele certo alguém, quando tudo se encaixa, quando você completa a frase, quando você sabe exatamente o que fazer para ele se sentir bem.

Sem joguinhos, sem expectativas, apenas o desejo mais limpo e real.

Quantas pessoas eu realmente amei?

Quantas pessoas eu realmente conheci?

Por que ser amiga de alguém as vezes vale mais apena do que dizer o quanto ele muda seu dia?

Sempre acho que encontrei a minha pessoa, aquele dos clichês românticos, aquela que vai ficar.

E ao mesmo tempo, não tenho aquela coragem de arriscar.

As vezes acho que não sou a pessoa certa também.

As vezes meu coração fica tão apertado e só.

Desacreditado de tudo.

Eu gostaria de ter um ego do tamanho do mundo, só nessas horas.

Pra dizer tudo que eu sinto no meu peito arder.

Mas, eu sempre acho que a pessoa tem que viver, tem que criar sua própris história e que talvez, só talvez.

Eu seja aquela pessoa também.

Eu sinto tanto, mesmo não me deixando iludir.

As vezes começo a rir, pensando em coisas safadas e ao mesmo tempo gentis.

Quando foi que o meu medo de tentar surgiu?

Quando foi que eu desisti de alguém sem ao menos cogitar qualquer porcentagem de dar certo?

Eu olhava pra ele com toda sutileza que gostaria de despir suas roupas, peça por peça, bem devagar.

Eu olhava para o todo, o modo que falava de um jeito juvenil e nostalgico ao mesmo tempo.

Eu não consigo ser menos que tamanha intensidade, eu não conseguia ser egoísta e deixar a amizade em 2° plano.

Ele estava se abrindo, ele precisava de alguém como eu, eu precisava de alguém exatamente como ele, a gente planejava festas, e eu me divertia imaginando o quando ele ficaria sexy em qualquer roupa.

Ele era mais doce do que eu poderia descrever em qualquer poesia, e cada vez que ele abria um trecho a mais, eu queria abraça-lo com todas as minhas forças só pra ele saber que mesmo se houvessem 8 bilhões de pessoas ao nosso redor, ainda sim, ele seria o único que eu queria pra mim.

Eu o escolheria mil vezes, não apenas pelo seu porte físico, não somente pelo seu estilo fofo, ou pelo sorriso meigo e gentil, eu o escolheria por que ele era foda, por que ele era exatamente o cara que eu sempre quis.

Eu o escolheria forte, com todo tesão do mundo e com toda vontade do universo.

Mas, eu era sua amiga.

E precisava agir como tal.

— Katty Piquert

Katty Piquert
Enviado por Katty Piquert em 16/08/2023
Reeditado em 22/09/2023
Código do texto: T7862864
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