Seu dedilhar
Há tempos,
Eu passei à recordar,
Seus dedos,
Seu dedilhar,
Eu não precisei ensinar,
Você conhecia meu corpo,
Meus gostos,
Me movimentava,
Perfeitamente,
Lentamente,
Eu ouvia música,
Era os sons sincronizados,
Que nossos corpos faziam,
Não importava,
Se era dia, tarde ou noite,
Você sempre me satisfazia,
O corpo cansado,
Se refazia,
A cama, sofá ou box,
Serviam como palco,
Os seus lábios já sabiam a direção,
Suas mãos repetiam o refrão,
As cortinas nem abriram,
E já estávamos ensaiando,
Bem vindo ele chegou,
Conectando a musa e o escritor,
Eu sentia o calor,
Em segundos,
Vivia todas as estações do ano,
Calor e frio,
E a umidade do outono,
A primavera trazia o sabor doce,
As lábios gelavam,
E a gente se olhava,
Sorria,
E morria.