Todas as cartas de amor são ridículas, eu sei

Tentei escrever pra você umas trocentas vezes! Falhei miseravelmente em todas elas... Apaguei todas as mensagens com vergonha do conteúdo que você provavelmente acharia idiota! Mas, como hoje é sexta-feira e, nesse dia da semana eu fico um poço de sensibilidade, resolvi abrir aqui meu coração desengonçado. Prepare-se! (Tá... Não é pra tanto... Eu sei).

Primeiramente, poderia começar listando uma enciclopédia de motivos que faz com que meu espírito se perturbe diante de uma existência tão luminosa quanto a sua; tem alguma coisa tão magnética e profundamente humana e ao mesmo tempo divina que compõe toda a potência da sua alma, que a pureza dos seus gestos me emociona com antecipação dos incautos românticos... Talvez isso explique um pouco minha ansiedade.

Segundamente, (essa palavra existe ou alguém caetaneou e esqueceu de patentear?), tanto faz, segundamenteeee, eu, em um ato fortuito e porque não dizer, tresloucado, munido de paixão e falta de tato social (exagero - às vezes - não muito - mas sempre que respiro), escreveria um roteiro de amor desmedido em forma de monólogo e, representaria pra você numa sessão única e constrangedora... Em formato de vídeo. Seria vaidade né? Tudo debaixo do sol é isso: vaidade. Bíblico e verossímil. E abaixo da linha do Equador tudo é lícito, mas nem tudo convém. Bíblico? Não tenho certeza...

Convenhamos que gostar muito não requer permissão e a linha geográfica imaginária não tá nem aí para com o que é feito, sentido, experimentado e, acredito eu, nem a bíblia com seus salmos e provérbios e parábolas e os pecados do povo, e os ensinamentos todos e a negação de Pedro (essa parte sempre mexeu muito comigo mais até de que o choro de Jesus e o Apocalipse Now)... A gente, (leia-se eu), é quem gosta de sair por aí nomeando tudo e, tentando explicar em palavras encaixotadinhas o que existe pra ser sentido completamente, unicamente, humanamente, loucamente, desesperadamente ou pacientemente (daí vai de cada pessoa)...

Divaguei e saiu tudo muito doido e misturado. Tô com urgência de te enviar logo e, prometo, que muito apesar do arrependimento que já se abate sobre o meu eu-consciente, o eu-lírico tá com a autoestima nas alturas e tá a cargo de reger a minha sexta-feira hoje que, como você já sabe, é um dia turbulento e emocional. Desculpe os erros gramaticais, pontuais e a falta de senso. A razão mandou lembranças, segunda-feira ela volta.

Meu abraço.