UMA CARTA DE AMOR

Quando lembro de como era o meu passado, de como a vida me era tão sem vida, sem sentido e sem uma finalidade aparente, e comparo com o meu presente -- tão belo, colorido e cheio de sonhos --, fico imaginando como o meu hoje se transformou depois que dele você passou a fazer parte. Às vezes tenho a impressão de estar vivendo outra vida, de ter morrido e nascido novamente. Tudo me é novo e diferente.

Mas sei que isso não passa de uma impressão, pois o mundo continua o mesmo. Sou eu quem não é mais o mesmo, quem sofreu uma grande transformação. São meus olhos que enxergam de outra forma; são meus ouvidos que estão mais sensíveis aos mais variados sons; e é meu cérebro quem processa as informações de outra forma. Mas por que tudo isso? Por que toda essa mudança?

O amor é capaz de transformações profundas num ser humano, faz coisas que só o poder infinito de Deus seria capaz. O amor é tão poderoso que seria capaz de parar as guerras, de amansar uma fera, de fazer o mais gelado dos corações incendiar-se. O amor não tem limites, sua força não pode ser medida por ser infinitamente mais forte que a razão.

E eu tenho que te confessar, meu amor: estou sofrendo até a última célula dessa enfermidade, dessa enfermidade chamada amor. Meu coração está tão infectado que sente dores horríveis quando meus olhos captam toda a beleza ao redor, mas descobre que a sua infinita beleza não está no seu ângulo de visão. E apesar de toda essa beleza que é o mundo em que vivemos, não há beleza mais bela que a tua. E talvez você não saiba, mas meu coração é exigente demais: quer sempre a mais bela de todas as belezas.

Então venha, fique sempre ao meu lado e satisfaça esse egoísta que é o meu coração, não o prive do seu olhar, do seu toque, dos seus beijos, de suas juras de amor; não o abandone jamais, não o deixe mergulhar na noite sombria de uma vida sem sentido.

Edmar Guedes Corrêa
Enviado por Edmar Guedes Corrêa em 19/12/2007
Reeditado em 19/12/2007
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