CARTA PROIBIDA
À minha querida eu dirijo esta carta. Imediatamente ela saberá que é a ela que dirijo estas palavras. Minha querida, ontem à noite alguns amigos me convidaram para que eu levasse meu violão a um bar. Peguei o instrumento e fui com eles. Chegamos, nos sentamos à uma mesa, e eu tirei uns acordes que acompanhei com meu canto tímido. Tentei dar uma tonalidade romântica à minha voz, porque as canções eram de saudade de você.
Sei que para você também é dificil. Fico imaginando seu pai te proibindo de sair ao meu encontro. E é aí que eu penso que os amores proibidos sempre existirão.
Será que eu não sirvo mesmo para ser seu companheiro? Nunca entenderei isto. Por aí você nota o que sou hoje. Estamos no século XXI, muitas mulheres estão na luta pela liberação feminina. Coisa para mim difícil também de entender. Porque se o paraíso estivesse em minhas mãos ele seria todo seu.
O que eu acabei de dizer acima, parece mera promessa de namorados. Por falar nisso, nem ao menos se lembrar do tempo em que namoramos você se esforça. Por que pisar tanto neste meu coração?
Tinha vontade de não estar escrevendo esta carta, muitos rapazes meus contemporâneos devem é se rir de mim, se estivessem na mesa de bar ontem me ouvindo cantar aquelas canções. E acho que ninguém fere as cordas de um violão tão sentimentalmente.
Também seria fácil, você talvez pense, dar um ponto final nesta carta. E procurar o que fazer. Mas , isto eu sei, nem vou perguntar. Nâo existe ninguém querendo se colocar no meu lugar.
O jeito foi dar o tom romântico à minha voz, quando me acompanhei ao violão. E bom para mim foi que quem me ouvia não reclamou de nada.
Também eles não disseram se meu canto era bonito, nem se solidarizaram. Deixaram que eu tocasse e cantasse.
E o que eu poderia querer mais? Lá só estavam meus amigos, foi como se eu desabasse cantando, temos ótimos compositores que também interpretam suas próprias canções. Foi com eles que aprendi. Meus amigos somente me perguntaram:
- Êi, quem é que está a merecer tanto amor?
Viu? Eu não ia mentir sobre tão nobre sentimento.
Se puder me escreva. Sei, pedi o impossível agora.
Vou parar por aqui, para você não pensar que estou abusando.
Assinado: Seu amor proibido.