Tempestade de sentimentos

É noite fria e chuvosa.

A chuva lá fora me causa arrepio. E a minha alma borbulha em saudade, a tua lembrança é uma sensação que só cresce e sem me dar conta já me invadiu inteira.

É flagrante esse ardoroso sentimento de pensar e relembrar cada momento constantemente. São instantes intensos de divagação.

O temporal que cai lá fora e me abstrai continua forte, mas aqui dentro do meu peito ele é bem maior e me assusta, pois sinto medo de me perder nessa tormenta de emoção.

O medo cresce, estou quase em pânico nessa enxurrada de confusos sentimentos que me transportam, mas eu não sei para onde vou.

Penso em ti, devagar e com um bem querer tão profundo, tão certo, tão lúcido e tão puro que até parece que estou te embalando, te acariciando dentro do meu peito que se enche satisfeito com a lembrança do teu olhar a me encarar. E ouço até o cochichar da tua voz sedutora.

E dentro de mim logo desperta um desejo crescente de escrever bobagens, de traçar rabiscos menina adolescente que sonha e não se sente medo e nem vergonha de sonhar, de desejar ser amada porque tem a menina a inocência a seu favor e o seu sentimento é verdadeiro, é um sentimento puro. A menina tem orgulho de sentir a magia do amor e não tem receio de exteriorizar.

Lá fora e dentro de mim ainda chove.

Olho-me no espelho e um relâmpago mostra a minha imagem refletida. Uma imagem triste, de olhar cansado, parado, no nada fixado.

Meu coração oprimido se recusa à razão porque está mergulhado num sentimento vicioso, um amor teimoso, enganoso, um sentimento de mulher lírica, mulher intensa que enfrenta a tempestade do amor, mergulhada em saudade, mas não esconde a verdade em seu coração contida.

Umbelina Marçal Gadelha

Umbelarte
Enviado por Umbelarte em 20/05/2023
Código do texto: T7792657
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