No meu tempo de criança na semana santa
Oi filho.
Relembrando aqui meu tempo de criança, quando chegava a semana Santa. Nos éramos cinco filhos, morávamos no sítio, ainda tinham a presença do vô Manoel vc e da vó Maria, eles bem severos quanto a tradição católica.
Dias antes do domingo de Ramos, éramos aconselhados a não bagunçar, nossa diversão, tomar banho no rio, subir nas fruteiras , vovô carancudo avisava.
- já sabem, se desrespeitar no sábado da aleluia, conversarão comigo.
Íamos a igreja lá na vila próximo, ficávamos caladinho, eu pequenino inguieto, sem saber direito o porque de não poder fazer nada, aprontava e levava a todos a palmatória no sábado de manhã.
Durante a semana, ficávamos deitado na rede, ansiosos para voltar a correr nos barrancos, andar de canoa e se banhar no rio.
O almoço era respeitoso, não podia nem bater com a colher na beira do prato,que logo éramos repreendido com olhar dos adultos, um tormento.
Mas era bonito ver, vovó e mamãe rezando, vovô e papai em casa junto da gente.
No domingo de Páscoa, depois da surra de sábado, vovó e mamãe faziam um mingau de milho pra gente merendar, papai saía pra caçar, vovó pra pescar, muita fartura na mesa.
Hoje, a semana Santa não passa de um feriado, crianças e jovens não sabem mas o que é respeito religioso. Ainda vou a igreja, assisto a missa e sinto a sua falta aqui perto de mim.
Acompanhei vc na catequese, expliquei os significados cristãos, cantamos e louvamos juntos.
O mundo apresentou versão diferentes da verdadeira religião, mas atraente aos teus olhos.
Desejo vê-lo novamente na igreja, louvando e ensinando para teus filhos o amor cristão.
Não sei, quando vem me visitar, mas quando tiver um tempinho, vem aqui, quero conversar contigo, abraçar meus netos.
Saudades de teu pai.