CAROS MOTORISTAS
Na qualidade de ciclista amador, peço-lhes, encarecidamente, que reflita sobre a realidade de nós ciclistas.
Nós, assim como vocês, temos família: somos pais, mães, filhos(as), maridos, esposas, tios(as), netos(as), amigos(as), engenheiros, advogados, motoristas, trabalhadores braçais, médicos, dentistas, professores, militares, servidores públicos, vendedores, comerciantes, arquitetos, padeiros, jardineiros, estudantes, resumindo: em nosso meio temos representantes de todas as atividades humanas.
Embora às vezes possa não transparecer, nós, assim como vocês, temos o nosso tempo contado, corrido, com muitos afazeres e uma agenda por vezes exaustiva a ser cumprida a cada dia.
Muitos de nós acordamos às 3, 4, 5 horas da madrugada, para podermos realizar os nossos treinos diários, em busca de saúde, qualidade de vida e engrandecimento do esporte.
Não queremos competir com vocês, motoristas. Não é sadio e nem nos convém, afinal, somos fortes na força de vontade e na determinação, mas frágeis, quando comparados com os veículos que dirigem.
A nossa competição é com nós mesmos, pois estamos sempre em busca de nos superarmos a nós próprios a cada dia (como é comum de se dizer no nosso meio: melhorando um por cento a cada treino).
Caso se deparem com algum ciclista em treinamento durante o dia, pense: “ele(a) não é um(a) vagabundo(a). Está treinando agora, porque talvez seja o único horário que encontrou para fazê-lo,
Reconhecemos que a nossa presença gera algum desconforto para vocês, pois as cidades foram pensadas para privilegiar os veículos automotores e não levaram em consideração a mobilidade urbana.
A arquitetura viária não levou em conta os pedestres, ciclistas e outros ocupantes da via. E isso não é culpa de nós ciclistas, nem de vocês, motoristas.
Por isso, sempre que virem um ciclista ou grupo de ciclistas, mantenham uma distância mínima de um metro e meio, permita que eles exerçam o direito de ocupar a via, que é de uso compartilhado. Isso porque nas ciclovias e ou ciclofaixas, não são permitidas transitar em velocidade superior a 25 quilômetros por hora.
Alguém espera por nossa volta, sãos e salvos. Assim como esperam pela volta de vocês, sem a mácula de envolvimento com atropelamentos.
Finalizando, um pedido, ou melhor, uma súplica: jamais assumam a direção de um veículo, estando sob o efeito de álcool, drogas ou similares, que possam reduzir-lhes a capacidade de discernimento.
Somos, antecipadamente, gratos pela compreensão.