Carta à Deus.

Carta à Deus.

Segunda 09 de Junho de 2024, SSA-BA

Senhor...

Passaram-se um ano desde a minha voluntária partida, estou ciente das consequências impostas pela minha decisão, por este motivo, e, não de outra forma, gostaria de ter uma audiência com o senhor, assim, podendo chegar a um consenso no que diz respeito ao Purgatório.

Já faz um ano, e, nesse meio tempo, não fui saudado por ninguém, ninguém veio me receber com mensagens de conforto, nada além do nada...

Estou diluindo nesta carta, que, nem sei se ira chegar a seu conhecimento, mas, caso chegue, quanto tempo mais irei ficar na ignorância desta escuridão.

Estou aqui sem memórias, sem lembranças, sem nem mesmo ver ou ouvir algo, apenas com este vocabulário saindo sabe Deus por onde, apenas sai...

Senhor, sobre os portões de ouro, onde Pedro é encarregado de abrir para nossa passagem, peço-te direção a mesma, contudo, tenho um questionamento sobre tal arquitetura... Por que ouro?

Não te contenta com um de ferro, tão velho, que, ao abrir faça ruido, pese e requeria força.

Penso nesta descrição pomposa, como uma descrição de tamanha exaltação humana, no limite do pensar terreno, onde ninguém conhece porra nenhuma, mas, quê fala com tanto fervor levando outros tantos débeis a crer em sua visão...

Não sei em que merda me meti, apenas, resolvi ter uma conversa de humano para divino, mas, acabei estacionado nesta porra de breu...

Peço encarecidamente uma breve resposta.

Abraços.

O suicida.

Texto: O Suicida.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 29/03/2023 às 16:14

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 29/03/2023
Código do texto: T7751868
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