Carta 05 - 17 de fevereiro de 2023
Querido Guilbert,
Hoje à exatamente um ano a gente encerrava um ciclo lindo entre nós dois. Um ano que a gente começou e terminou; um ano em que ainda tenho te amado todos os dias que se passaram após aquela semana nada santa. Fevereiro foi um mês tão lindo que têm se tornado o mês que mais anseio em chegar no ano. É a segunda vez que te escrevo em 2023 e junto disso o aperto que sinto toda vez que te escrevo. Hoje me peguei vendo suas fotos e confesso que a saudade mais do que nunca bateu na porta do lado esquerdo do peito. Guil, segunda feira é meu primeiro dia na faculdade e eu sei que você ficaria feliz em saber que fui aprovado no vestibular. Logo eu, que me rebaixava para você todas ás vezes que a gente conversava. A vida adulta chegou e tenho me sentido um tanto quanto maduro, mas não tanto emocionalmente. Ainda choro, peço, desejo e imagino a última vez em que nos vimos. De vez em quando eu reconto aquele dia para os meus mais chegados, eles adoram essa história. A psicóloga me disse que queria falar sobre você mas não quero que você seja tão exposto a esse nível. Sempre me emociono quando ela pede para falar sobre a gente. Alguns garotos têm flertado comigo, inclusive um estudante de odontologia da uma das melhores universidades daqui de Fortaleza, mas sei lá, não sei se existe tanta verdade nisso tudo. Queria poder te tirar um sequer dia da minha mente, não consigo. Não que eu queira me livrar de você, acho bem dificil disso acontecer, mas tenho pensado em você bastante desde minha última ida ao Cariri. O clima esteve tão tenso em Lavras que mal consegui durar uma semana sem querer chorar. Sou fraco por isso? Acho que sim. Os dias continuam cheios e chatos, mas não sei se estão emperrados. Estou entre o meio e o fim, mas acho que de uma boa forma. Pretendo ser enfermeiro e acredito que será a oportunidade perfeita de depositar tamanhos sentimentos que me deixam sem vontade de viver. Espero que você esteja bem e que seu último ano na escola seja perfeito, talvez não tanto quanto o meu mas sim, até melhor que o meu. Beijos e fica bem. Um abraço do seu invisível ursinho carinhoso, Arthur.