Tremores em Santiago 01
Santiago, Chile, 23/12/1995
Quase Natal. 45°. O 2º longe do Brasil, depois que voltei a Brasília em 94. Quantos, por falar nisso, em toda a vida? Em Copenhague , de 77, 78, 79... Em Jeddah, de 75 e 76. Aí, veio Montevidéu 94 e agora Santiago.
Chile, 3° dia. O 1° foi o contato. Arrumar lugar. Estou no bairro Providência, casa de um colega. 2° dia, uma sexta-feira, o trabalho meio que mais ou menos, todo mundo já no clima de Natal. 3° dia, sábado, passeei pela cidade. Fui ver o Palácio La Moneda. Procurei a esquina onde o personagem do conto " Un día en setiembre", de Hernando Cardona, agonizava e seguia, quase morto, a tomada do Palácio. Ali morreu Allende. Muita gente aplaude Pinochet, 80%, diz um colega do Consulado, que vive aqui há algum tempo: "Para o Chile modernizar-se e chegar ao que é só com a mão dura de Pinochet". Será? Antes eu não teria dúvidas de que ele está errado. Hoje, não sei. O que o paternalismo socialista e o populismo de esquerda podem contribuir para aumentar a confusão que já existe nas sociedades é muito. Não sei muito do que aconteceu n governo Allende, mas arrisco a crer que havia muita gente com os pés nas nuvens lá também, como nós temos no PT e outros parecidos no Brasil.
Santiago, fundada por Pedro de Valdivia. Cerro Santa Lucía, segundo me disseram, o núcleo iniciador da cidade. Cidade esparramada, não tem bloco de edifícios altos como as cidades brasileiras por causa dos terremotos. Dizem que os tremores são coisa do dia a dia. Todo mundo se acostuma, ninguém se assusta.,