Às almas intensas
Que como eu, sofrem suas dores sem razão.
Só nós sabemos como sofrem nossos corações
Como carne que se rasga sobre lâmina afiada
Assim também rasga nossa almas.
Sentimos o sol como se ele morasse sobre nossa pele
E como se nada fosse capaz de nos proteger de queimar
Nos despedaçamos sob a luz do sol que ora aponta no céu.
Também igualmente sofremos com o frio
Que adormece e quase nos mata a frieza de outras almas
Incapazes de compreender o amor que juramos sentir.
Vamos do azul insolarado dos dias de primavera
às tormentas e tempestades das noites de verão
Tudo isso sem nenhuma explicação.
Simplicidade somos assim, intensos!
Com o coração que pulsa em descompasso
E com palavras e palavras que teimam em sair céu à fora
Mesmo que tantas vezes as engolimos com lágrimas nos olhos
Com receio que se assustem com a voracidade dos nossos pensamentos .
Ah... pessoas como nós assustam
Assustam porque não sabem fingir
Não sabem engolir palavras sem deixá-las transbordar aos olhos.
Sentimos em cada póro de nós
Na respiração que traz o perfume do dia
Sentimos como se não houvesse barreira entre nós
E o universo.
E não há!
Sofremos com as partidas
Nos apegamos nas chegadas
Amamos como loucos
Sofremos como poucos.
Somos inteiros... intensos... malucos!
Não aceitamos meio amores
Meias palavras... abraços frouxos.... beijos gelados!
Não! Não vivemos assim.
Sobrevivemos mortos e tão quentes que jamais
poderemos nos fazer entender.
As metades nos sufocam
Nos tiram a vida... O brilho.... O viço!
Nascemos para VIVER intensamente cada dia
Para sorver dele cada instante
Amar como jamais pensem ser possível amar
Tocar a pele e a alma
Com a mesma força com que sentimos o mundo
Nascemos para receber amor
Viver o amor
Sentir o sangue correr nas veias
O descompasso do coração saltar do peito
E reluzir aos olhos
E nos embriagar de sonhos...
de vida!