Des jours à Port-au-Prince - Vidiota
01/02/97
Acabou-se janeiro. Faltam dois meses pra voltar. Sim, porque quando entrar abril já é contagem regressiva.
Fui com A. L. ao centro. Champs de Mars. Onde há o carnaval. coisa humilde. De interior do Brasil. Na praça o palanque, o som. O povo parado, olhando. Uma prostituta vê os dois estrangeiros, se oferece. Logo vem um agenciador: arrumo mulheres "limpias". Diz em espanhol.
Falta luz na cidade em muitos lugares. O comércio tem de ter geradores. E assim hotéis e quetais. Faço ideia os pobres. Quebram canos na rua para pegar água.
Fomos e voltamos a pé, depois de almoçar e jogar bilhar francês com o Embaixador R. Fizemos compras, vim pra casa, lanchei e vi um filme americano. Na HBO, Quem diria que um dia eu ia passar horas em frente à TV... E logo vendo HBO, né? Como aquela minha amiga que não queria voltar a gostar do Brasil e, por isso, ficava em frente da TV. (Post-scriptum: Pensando em suas atitudes e lembrando o filme "In the garden", título em português "O Vidiota", foi que escrevi "A milésima gravata de seda".)
Próxima semana o carnaval. Sábado que vem, o A. L. quer viajar. Sua mulher vai chegar. A ideia é ir à República Dominicana. Estou pensando em Miami, porque NYC vai estar muito fria.
Você já pensou em lavar meias e cuecas num quarto de hotel, num sábado à noite?