Memoráveis despedidas de mim.

Estou indo,embora não o queira, o tempo me arrasta e urge minha essência, meu anseio por verdades, sim plurais, desse partir constante, essa vontade absurda de intensidade.

Um dia,lá depois do tempo que a gente não pode ousar medir, vamos sentar e conversar sobre hoje, sobre tudo que aconteceu com a gente, sobre sua decisão, sobre a minha e vamos chorar,vamos rir, vamos chorar sorrindo e sorrir chorando e ficaremos com a certeza de que foi real, forte, intenso. Nem o tempo vai apagar isso. Eu tenho cartas que você não leu, músicas que não ouviu, rabiscos em pedaço de papel, perdido em minhas gavetas desses móveis empoeirados estrategicamente colocados em meus cantinhos. Talvez, digo só talvez, não tenha percebido minhas luzes acesas. Olhe pelas frestas de minhas janelas, não se assuste com a minha porta fechada,cheia de correntes,mas note que não há cadeado, no lugar dele, uma fita com nós que só você sabe desatar. Estou indo,arrastado, talvez não caiba mais em mim,por eu ser tão pequeno, algo tão grande!