Uma conversa presa na minha garganta.
Se eu pudesse te falar algo agora, minha querida, diria que o que vês no exterior não se compara com o que sinto. Escrevo essa carta anônima para registrar: todo dia penso no "e se".
E se eu tivesse esperado mais, tentado mais, tivesse sido mais corajoso. Futilidade.
Não o fui. Agora, no meu entender, é tarde demais para voltar atrás.
Perdão, você realmente não merecia isso, eu quebrei todas as promessas e me torturo diariamente. Não faço nem ideia de como poderia virar a página. E é por isso que não volto!
Mas saibas, minha poetisa, você é minha maior inspiração. Sendo justo com nós mesmos, mereces seguir em frente e se curar. Eu mereço refletir sobre o que me fez chegar até aqui e o que planejo para o futuro e, claro, ser feliz também.
Não se engane, não estou me fazendo de vítima, não sou um pobre coitado. Esses últimos meses foram uma mescla de momentos alegres com momentos melancólicos. Estou aqui porque esse foi o caminho, e há momentos em que o arrependimento é forte e há momentos em que o arrependimento se esconde. Talvez o epíteto de distração para esse capítulo seja ora injusto, ora justo.
Mas serei justo contigo e vou parar de rasgar a ferida e a deixarei cicatrizar. A propósito, estou trabalhando na culpa e me permitindo desfrutar o momento. Também tenho que ser justo com a pessoa que está ao meu lado agora, do contrário viveria uma mentira.
Acredito que ainda voltaremos a nos encontrar.
At. te,
G.I.