Carta para a vida (ausência) - 8
Antes eu tinha medo dos ventos,
Hoje eles me fortalecem.
Somente agora passo a compreender,
Esta fonte de comunicação.
Não nascemos sabendo de tudo,
O véu encobrindo o conhecimento.
Somos guiados pela intuição,
A doce vibração.
O autorreconhecimento,
Buscando o outro com a conexão.
Infelizmente, não estamos preparados,
Para o cancelamento.
O que nos torna unilaterais,
Perdendo um pouco o eixo –
Neste espaço complexo,
Entrando em desalinho.
Agora, o que faço com este sentimento,
Que teima em pulsar –
E a me persuadir em amor?
A sua força me move,
Impulsiona-me como uma catapulta –
Levando-me aos céus.
Nos olhos os cometas a brincar,
No peito fazendo escarcéu –
Nos sentidos o puro amor.
De toda a sinergia,
O que restou foi o vazio –
O silêncio ensurdecedor –
Que grita na mente.
Restando uma ansiedade por reencontra-lo,
De está por perto –
Almejando o toque.
Permitindo a sintonia,
O reconectar das almas.
Alcançando o amor taquionico,
A sua realização.
No clímax mais sublime,
Com toda a excitação.
Desde sempre fui tua,
Completando-me a essência –
Desvanecendo a minha resistência.
Porém, não foi o suficiente,
Para se tornar infinito -
Na imensidão das estrelas.
Elas estão lá,
Há bilhões de anos,
E não podemos toca-las.
Dessa forma,
Seremos nós dois –
Em total distância.
No coração deixando a ânsia,
Pelo desejo da comunhão.
Será o tempo o melhor remédio,
Para que então, o sufoque dentro de mim?
Parece que nunca terá fim!
Os meus dias,
Tornaram-se nublados –
Mesmos os ensolarados,
Como nunca foram.
A alegria –
Perdeu toda a cor.
Sai fora da rotina,
Quando me acostumarei com esta sina?
Não há nenhum manual,
Que me ensina –
A conviver com a tua ausência.
***
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